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Matéria da Folha de Londrina em 16/10/2010 - Parte 2

Aprendendo a administrar o orçamento



Folhas de papel, lápis e uma boa dose de disposição são ainda os principais recursos para os endividados ou mesmo para aqueles que têm as contas no azul, mas que desejam aprender a economizar para investir uma parcela do salário. A antiga tabela confeccionada no caderno é uma forma primitiva de controle de gastos que pode ser mais eficaz se for transferida para o computador. Existem diversas ferramentas prontas que auxiliam no desenvolvimento de um controle financeiro, como sites,
softwares ou planilhas no Excel que mostram com mais clareza por onde o dinheiro está escapando.
No blog www.portalfinanceiro.blogspot.com, criado e mantido pelos acadêmicos do curso de Ciências Contábeis da Unopar, é possível encontrar dicas para sair do vermelho e economizar. O site também disponibiliza gratuitamente uma tabela de controle de gastos que deve ser preenchida a partir das anotações feitas no ''caderninho''. ''Não dá para usar a memória na hora de levantar as despesas. A velha técnica de anotar cada centavo que saiu do bolso ainda é a matriz para qualquer programa de controle de gastos'', orienta o professor Luiz Fernando Soares da Silva.
O diferencial da planilha desenvolvida pelo estudante de Ciências Contábeis, Odair Junior Bergamo, é que ela funciona como uma espécie de ''consultor financeiro'', já que, a partir dos dados fornecidos pelo usuário, a ferramenta gera automaticamente um relatório de desempenho. ''No final do mês, os gráficos demonstram em forma de porcentagem os gastos com moradia, alimentação, educação e lazer, por exemplo. Com esse diagnóstico, cada um poderá avaliar em que itens da economia doméstica é possível cortar despesas e reduzir o custo de vida'', comenta.
A artesã Amália Laine de Oliveira é uma das alunas do curso de capacitação e comenta que quando começou a controlar os gastos foi surpreendida: ''Depois de anotar todas as minhas despesas, percebi que eu esquecia dos pagamentos feitos com o cartão de débito'', conta.
Itamar Cavalcanti Agostini atua no ramo da construção civil e acredita que o curso deveria ser obrigatório em todas as profissões, já que ensina a administrar melhor os recursos financeiros. ''As aulas nos fornecem uma base teórica e temos a possibilidade de verificar as nossas condições à frente de um negócio'', explica. (G.C.)

Matéria da Folha de Londrina em 16/10/2010 - Parte 1

Orçamento pessoal e empreendedorismo andam juntos



A capacidade de empreender começa dentro de casa; um bom gestor pessoal tem mais chances de sucesso na administração da própria empresa.

No mundo dos negócios o empreendedorismo é definido como a capacidade de visualizar novas oportunidades no mercado. No entanto, especialistas alertam: antes de dar o primeiro passo rumo ao negócio próprio, é preciso aprender a gerenciar as finanças pessoais e levar os bons hábitos cultivados na administração doméstica para a planilha da futura empresa.
De acordo com Luiz Fernando Soares da Silva, coordenador do Escritório de Negócios em Administração (Enead) da Univesidade Norte do Paraná (Unopar), grande parte dos empreendedores de primeira viagem acredita que os recursos financeiros subsidiados
por terceiros são suficientes para investir em um negócio próprio.
No entanto, ele recomenda que é importante contar com uma parcela de capital próprio para formar o capital de giro necessário, além de experiência para administrar as receitas e as despesas.
Esses dois fatores minimizam os riscos das empresas fecharem as portas.

''Para evitar surpresas desagradáveis, o melhor é se preparar para atuar como empresário. O que muitos desconhecem é que o pontapé inicial para o sucesso na tarefa de empreender começa dentro de casa. Um bom gestor pessoal tem mais chances de ser bem sucedido na administração da própria empresa do que aqueles que são desorganizados com as próprias contas'', aconselha o professor. Para ele, o fato de
algumas novas empresas não prosperarem é um reflexo do comportamento do gestor brasileiro, que não consegue administrar o orçamento familiar. Os números comprovam que os chefes de família têm dificuldades para lidar com a economia doméstica.
Uma pesquisa divulgada recentemente pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) mostrou que mais da metade das famílias brasileiras está endividada. Em 214 cidades do país, 3,8 mil famílias foram entrevistadas e 37,8% afirmaram que não têm capacidade para pagar suas dívidas. Os endividados já somam 54,36% e 91% deles revelaram que pretendem pedir um empréstimo nos próximos três meses. ''A causa das dívidas é sempre a mesma: gasta-se mais do que se recebe. Essas pessoas, em sua grande maioria, desconhecem as origens dos seus gastos.'' Silva continua dizendo que o descontrole com a gestão familiar acaba se tornando cultural na sociedade e é um fator nocivo para o empreendedorismo. ''Temos casos de pessoas criativas, que sabem perceber as necessidades dos consumidores e vislumbrar novas oportunidades de negócios, mas acabam desperdiçando seu talento por não saberem administrar'', explica o professor.
De olho nessa parcela da população, o curso de Ciências Contábeis da Unopar criou o curso de capacitação ''Planejamento financeiro pessoal e familiar: uma visão empreendedora''. Aberto para toda a comunidade, o objetivo do curso é mostrar que o empreendedorismo de negócios está associado ao que os administradores chamam de ''intra-empreendedorismo'' - que pode ser entendido como a capacidade que cada um possui de gerir sua própria renda, além da criativa inerente a cada indivíduo e que é transferida para o ramo de sua atuação profissional.
O curso está focado em três fases. Na primeira, os alunos são submetidos a uma ''reeducação'' financeira pessoal. Depois da organização e análise do orçamento pessoal é hora de partir para a etapa dos investimentos. Para Luiz Fernando Soares da Silva, a poupança doméstica é o primeiro passo para o empreendedorismo: ''Os recursos originados da economia pessoal poderão financiar a abertura do próprio negócio no futuro'', avalia. Apenas depois de completar a lição de casa - aprender a administrar e poupar corretamente - é hora de pensar no plano de negócios, que a última etapa do curso de capacitação.

Código Tributário: 45 anos, 4,35 milhões de normas e carga tributária histórica


Segundo o presidente do IBPT, João Eloi Olenike, não há muito o que comemorar no dia do aniversário do CTN, já que a carga tributária atinge, hoje, 35,13% do PIB
Neste dia 25 de outubro, o Código Tributário Nacional (CTN) completou 45 anos. Instituído em 1966, com a Lei nº 5.172, o instrumento, responsável por regular as normas gerais de Direito Tributário aplicáveis à União, Estados e Municípios, estabelece as regras gerais de Direito Tributário que são exigidas pelo artigo 146, inciso III da Constituição brasileira. 
Na opinião do presidente executivo do Instituto Brasileiro de Planejamento Tributário (IBPT), João Eloi Olenike, não há muito para comemorar nesse ‘aniversário’ do Código, uma vez que, no ano passado, a carga tributária cresceu significativamente, atingindo 35,13% do PIB, o que representa um aumento nominal de arrecadação de R$ 195,05 bilhões em relação a 2009. Olenike comenta ainda que nos últimos 23 anos foram editadas mais de 4,35 milhões de normas que regem a vida dos cidadãos brasileiros. “Os números foram divulgados em um estudo realizado pelo Instituto em 5 de outubro de 2011, quando a Constituição Federal completou 23 anos. Desde outubro de 1988, foram editadas 275.094 normas tributárias, ou seja, 33 normas por dia ou 1,3 por hora. Se considerados apenas os dias úteis, o número aumenta para 49 normas tributárias por dia útil ou 6,1 normas por hora útil. Ao todo, foram 155.954 normas federais, 1.136.185 estaduais e 3.061.526 municipais. Desse total, 13,02%, ou 566.847 normas permanecem em vigor atualmente”.
Após 15 reformas tributárias ocorridas nos últimos 23 anos, não houve qualquer simplificação na burocracia tributária: atualmente 20.082 normas tributárias estão em vigor, além de tais reformas terem resultado na criação de inúmeros tributos, como CPMF, Cofins, Cides, CIP, CSLL, PIS Importação, e muitos outros. Por causa desse emaranhado da legislação tributária e suas constantes alterações, com emissão de decretos, normas e pareceres quase que diários, a rotina do cidadão brasileiro está, a cada dia, mais complicada. Além da enorme quantidade de leis vigentes no País, existem ainda dificuldades quanto à sua operacionalização, devido à enorme burocracia reinante no Brasil e também a um verdadeiro cipoal das leis antigas que colidem com novas ou, às vezes, diferem em pequenos detalhes. Olenike afirma que, diante da emissão indiscriminada das legislações elaboradas pelos órgãos arrecadatórios, torna-se extremamente importante a participação dos brasileiros nas discussões públicas acerca dos assuntos tributários. “Por desconhecerem o sistema, muitas são as formas em que as pessoas físic as e organizações podem ser condenadas pelas leis. Quem não se preocupa com esse aspecto, pode pagar bem caro: pesadas multas, processos judiciais, crime fiscal, entre outros fatores que podem prejudicar, e muito, a vida dos contribuintes”.
Outro estudo do IBPT, apresentado em fevereiro de 2011, revelou que a carga tributária, em relação ao PIB, teve um crescimento de cinco pontos percentuais nos últimos dez anos, passando de 30,03% no ano de 2000 para 35,13% em 2010. “Isso significa que, na última década, os governos retiraram da sociedade brasileira R$ 1,85 trilhão a mais do que a riqueza gerada no País. O agravante é que esses recursos não foram aplicados adequadamente, no sentido de proporcionar serviços públicos, como saúde, transporte e educação de qualidade à população”, declara o presidente executivo do IBPT, João Eloi Olenike.
Há anos, discute-se no Brasil a realização de uma reforma tributária ampla e irrestrita, que venha a diminuir os desequilíbrios do sistema tributário, visto com desaprovação pela maioria dos brasileiros. As constantes edições das normas não levam em conta se o contribuinte está ou não a par das informações. Cada vez mais complexo, o sistema tributário brasileiro envolve uma série de impostos com siglas, terminologias e prazos diferentes que acabam por confundir A maneira como a legislação está estruturada atualmente é extremamente complicada. “Essa histórica confusão cria barreiras ao desenvolvimento econômico e social, representando um dos principais obstáculos para o País crescer ainda mais. Vale ressaltar que uma nação só atrai investimentos estrangeiros e novas empresas se tiver segurança jurídica. Afinal, quem pensa em investir, quer saber se terá as mesmas regras daqui a dez anos. No dia em quem o Código Tributário Nacional ‘comemora’ 45 anos, torceremos para que nossas lideranças reduzam os tributos e desenvolvam um sistema tributário eficiente, caracterizado pelo incentivo ao trabalho, à inovação e à prosperidade”, finaliza Olenike.

FONTE: SPED BLOG>Incorporativa – 25/10
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